A presidente do Palmeiras e dona da Crefisa, Leila Pereira, passou a ser alvo de parlamentares que integram a CPMI do INSS, comissão que investiga possíveis fraudes, abusos e irregularidades em contratos ligados ao pagamento de benefícios previdenciários. Pelo menos quatro pedidos de convocação já foram apresentados para que ela preste depoimento como testemunha.
Os requerimentos foram assinados pelos deputados Delegado Fabio Costa (PP-AL), Sidney Leite (PSD-AM), Evair Vieira de Melo (PP-ES) e pelo senador Marcos Rogério (PL-RO). Todos apontam indícios de irregularidades na atuação da Crefisa com aposentados e pensionistas, e consideram essencial ouvir a empresária para esclarecer o caso.
Por que Leila Pereira foi citada pela CPMI
A Crefisa enfrenta uma série de denúncias sobre empréstimos consignados e contratos bilionários com o INSS. Em abril, a empresa venceu 25 dos 26 lotes de um leilão para administrar a folha de pagamento de benefícios do instituto, em um contrato estimado em R$ 12 bilhões entre 2025 e 2029 — superando gigantes como Itaú e Bradesco.
Meses depois, o INSS suspendeu parte dos contratos após o aumento de reclamações de beneficiários e denúncias de práticas abusivas. Entre os relatos estão empréstimos sem autorização, venda casada de produtos, cobranças indevidas e atrasos no pagamento de benefícios. A Senacon informou que as queixas contra a instituição dobraram entre 2024 e 2025.
O que está em jogo na CPMI
Os parlamentares veem o depoimento de Leila Pereira como um ponto-chave nas investigações. A CPMI quer entender como a Crefisa foi escolhida para gerir uma parte tão grande da folha do INSS e quais medidas a empresa tomou para evitar fraudes e abusos.
Além disso, os deputados defendem que o caso sirva de exemplo para revisar as regras do crédito consignado, evitando que aposentados sejam prejudicados novamente. “O que está em jogo é a confiança de milhões de brasileiros”, afirmou o deputado Fabio Costa.
Crefisa nega irregularidades
Em nota, a Crefisa negou qualquer irregularidade e afirmou que “nenhum contrato é feito sem autorização do cliente”. A empresa declarou ainda que a taxa de reclamações é inferior a 1% e que tem investido mais de R$ 1 bilhão em tecnologia para modernizar os serviços.
Enquanto isso, a CPMI do INSS deve votar nas próximas semanas se convoca Leila Pereira para depor. Até lá, a Crefisa segue com parte dos contratos suspensos e sob investigação administrativa.